sexta-feira, 2 de março de 2012

Vincent e Eddie

Vincent estava dormindo,
ou melhor,
estava caindo.

Um abismo sem fim
Onde caia para algum lugar,
Perderia sua vida assim,
sem ao menos se desculpar.

Se sobrevivesse pediria perdão,
para sua mãe, seu pai e seu irmão,
por ser uma péssima companhia,
Alguém amargurado de solidão.

Mas parece que o abismo acabou,
a dois palmos da cama, Vincent pulou
era só um sonho,
um pesadelo com '' fim medonho .''

Seu quarto ainda estava escuro,
Ele podia ver de longe, alguém o observando
Com um pensamento impuro,
Como se tivesse suplicando.
Por carne,
Por sangue.

Mas a claridade tomou conta do quarto,
A mãe de Vincent abriu a cortina da janela,
Queria que o mesmo fosse brincar,
com um garoto magricela,
que estava sentado na sala,
segurando uma pequena bengala.

Chegando na sala havia um cavalo
Nas paredes estranhos retratos,
Tio Jack Maluco
e tia Maud Maluca.

...
Continua
....








domingo, 11 de dezembro de 2011

Vincent e sua Cegueira



Ótimo!
Vincent pensou
O que aconteceu com tudo?
E então um pensamento brotou
extremamente do fundo
de sua mente perturbada
Que não distinguia a ficção da realidade
Podre insanidade.

Andava com os olhos fechados
em um corredor escuro
como um navio naufragado
tentando emergir de um sonho profundo

Das paredes saiam punhos e mão
com dedos sangrando
Tentando o segurar
Para leva-lo a imensidão.

Imensidão do sono profundo
Como pode ser?
Mergulhar num mar de incertezas
Sem saber por que?

Vincent era muito novo
Novo para esse pesadelo
então abriu seus olhos
e viu o sol batendo
Forte, muito forte
Iria o queimar
Esqueça disso Vincent
Você ainda pode se recuperar

Mas ele gostava da sensação
tristeza, melancolia e solidão.

Deixe disso garoto,
Disse sua mãe.
Você não sabe a hora de parar,
com essas brincadeiras, e se lamentar.
O dia está lindo
Vá para fora,
E como um garoto normal brincar.

Então ele andou pelo corredor estreito
A porta, muito longe podia avistar
Ia se cansando aos poucos
Até que começou a se arrastar

A porta estava cada vez mais longe
Longe, longe e longe
Isso não é normal,
Eu preciso chegar ao destino final.
A rua...
rua da amargura.

Então chegou.
Tentou se inclinar para pegar na maçaneta
Mas ela ficava muito no alto,
Ele podia vê-la longe
Então pensou em dar um salto

Alcançou.
A maçaneta girou,
e o sol avistou.

Um brilho repentino atingiu seus olhos
Cego ele ficou
Tentou tatear o chão,
E então para o mundo se desculpou:

Oh mundo cruel,
Sinto muito por tudo
Sei que não fui fiel
Em seu mundo mudo

Agora irei aqui apodrecer
E esperar que um dia me desculpes
Por ter me deixado aqui morrer

Foi quando sua mãe o interrompeu novamente:

O que falas garoto?
Estás ficando doido?
Pare de frescura
Parece que um maniaco está surgindo
Em sua personalidade
Pare com isso, não é verdade.

Foi então que sua visão retornou
Podia ver tudo novamente
Sua mãe braba a seu lado.
Foi quando finalmente
Percebeu que fora um erro.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

O Conto Sem Sentido


Agora, lá estava Vincent 
Com suas pilhas de livros, no qual queria ler 
Sentado a uma cadeira no escuro,
Pensando no que poderia escrever.

Seus livros estavam velhos, e acabados
Livros de Poe em sua maioria
Estavam desgastados
Graças ao tempo e sua sabedoria

Agora é minha vez
Vincent pensou.
Vou escrever um conto
com o coração que me restou.

Então pegou uma caneta
começou a escrever
palavra sem sentido
No chão, 
sem ao menos ver

Que nada fazia sentido.
Nem mesmo o tempo perdido,
que agora estava esquecido,
Oh pobre Vincent,
estava desiludido.

...mas não.
Sentiu um calafrio percorrer
Por todo o seu corpo
O que deu a entender
Que falta pouco.
Para algo começar,
algo começar.

Então tudo a sua volta ficou escuro
Ele só podia ver o bloco de folhas em branco,
Uma luz de vela ao fundo,
E uma senhora segurando um manto.

Ele levantou a cabeça para a fitar
Podia ver seus olhos totalmente brancos
Pensou que iria o matar
Mas não fazia nada, por enquanto.

Ele estava com medo,
mas um medo totalmente novo,
Então entrou no quarto 
Um pássaro negro, talvez um corvo.

O corvo estava sangrando,
Pousou no ombro da senhora
E eu estava pensando
O que estava acontecendo naquela hora

Não podia me mexer
Não conseguia reagir
Foi quando a porta dos fundos,
começou a rangir.

O que poderia ser agora
Quem estaria entrando?
Vincent estava inquieto
Apenas esperando.

Foi quando algo atacou a senhora
Ele não podia ver quem ou o que era
apenas viu o que aconteceu
e pensou que valeu a pena a espera.

Cabeças rolaram,
Um estrondo ecoou pelos corredores
Tudo havia sumido
Principalmente os invasores

Então olhou para o bloco que estava vazio
Haviam paginas escritas
Da bruxa  e seu sacrifício
De respostas sem perguntas.

Um conto sem sentido
Um conto aterrorizador
Que apenas Vincent tinha medo,
Era isso que sentia um escritor?






segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Vincent e a Morta do Jardim

M

Mas que coisa de louco,
como posso pensar assim?
Minha noiva a qual enterrei,
em um buraco no jardim?

Me lembro daquela dia,
pois gostei de faze-lo
Olhar seu olhos esbugalhados
Me pedindo um conselho.

Como posso ser tão superior?
Saber que sou o escolhido
para acabar com o interior
Daqueles que não são meus amigos.

Mas então senti uma dor,
algo esbarrou em mim
pude ver com louvor
que ela levantou do jardim.

Estava suja de terra,
Vermes já cobriam seu olhar,
Ela ficou imóvel,
esperando eu me desculpar.

Mas não. Nunca,
Oh como pode?
Esperar feito maluca,
algo de alguém tão podre.

Pobre de espirito,
pobre de gratidão.
Pobre, apenas pobre.
Eu não tenho um coração.

Sua voz era longínqua
Não? Ela perguntou.
Eu não falei nada,
e isso a perturbou.

Que falta de consideração
Como pode fazer aquilo?
Você não tem coração,
Em minha barriga estava seu filho.

Oh não.
Então o mundo oscilou
Os objetos, as cores foram perdendo
Não ouvi o que ela falou,
pois o sol estava nascendo.

O romper da aurora
A aurora de novos tempos
Vinha naquela hora,
Junto com o sol nascendo.

Então um raio de luz
Acerto o peito dela
De seu rosto saiu pus
E o sol bateu na janela.

Tudo havia acabado,
Meus olhos já distinguiram a cor.
Ela não havia me perdoado,
E voltaria ao sol se pôr.

sábado, 1 de outubro de 2011

O Museu de cera

Que solidão
Vincet vê as plantas molhadas
Com a chuva de verão
imobilizadas.

Oh mundo cruel
Por que fazes isso comigo?
Me prendes em casa assim?
Com frio e faminto.

Como posso por
meus planos em ação
Mostrar para o mundo
o que é diversão.

Mas Vincent viu um clarão
que clareava a imensidão
Tão clara quanto um lampião
apagado como um trovão.

Seu museu...
Sim, seu museu.
De cera
Mas  e o que já acontecera?
Esquecera,
pois Malloy não tem fraqueza

Então Vincet foi procurar
Alguém que pudesse matar
Para no seu museu de cera colocar.

Então caminhou
até o quarto de seu irmão
Então o calou
para colocar em um caldeirão

Com uma fita aos olhos
o jogou no caldeirão de cera quente
Ele então berrou:
Vincent você é demente

Demente por natureza
Oh pobre insanidade
Só mostra minhas fraquezas
Nas quais não são verdade

Como pode ser verdade? Plaft
E se forem apenas mentiras? Plaft
Oh não!
E se a verdade virar mentira? Plaft
Odeio o calor do verão.

E então:
Plaft novamente,
Seu irmão estava inquieto,
Com a cera fervente.
Derretendo sua pele,

Plaft, Plaft, Plaft.
O que está batendo Vincent?
Será seu irmão?
O que é esse barulho?
Surgindo na escuridão?

Horas, é apenas o vento,
Pensou ele,
Mas o barulho então ficou lento
e um calafrio percorreu sua pele.

Seu irmão havia escapado da cera
Seu corpo estava em carne viva,
Ele estava vindo em minha direção,
Então agradeci sua vinda.

Sim agradeci.
Pois trazia o almoço que esqueci,

É hora de almoçar
amanhã, penso como essa historia irá ficar.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Vincent e o Corvo


Ora, vejam só
Agora Vincent não se sente mais só.
Pois arranjou uma companhia
que aceitasse todas as suas manias

Ele era o corvo,
preto e grande
Com olhos profundos
que escondiam a verdade

Eles conversavam sobre tudo
Ou mesmo quase tudo.
Mas o corvo nunca lhe respondia
Pois parecia ser mudo.

Então Vincent o odiou,
por grandes 10 segundos
pois ele não gostou
que não participasse de seus mundos

O mundo cruel
Que o abandonara,
como o réu
de acusações frustradas.

Mas vejam só
O periquito da família
Não era nada preto
Pois só Vincent o via.

O corvo não o odiava
Pois gostava de escutar
Vincent e sua flauta

O corvo...
Pobre corvo...
Vincent queria mata-lo
Vincent queria estrangula-lo

Vincent ainda não sabia
Se sua alma era verdadeira
Pois tinha que saber escolher
Para pô-la em seu museu de cera.

Mas sua mãe não deixaria
mata-lo assim...
Mata-lo.
Mata-lo
Mata-lo

Isso ecoava em sua cabeça
Sentia tudo a sua volta
Oscilar sob sua caderneta
que escrevia seu pensamento
pensamento agourento
que sempre vinha lento
como o calmar do vento.

Mas nada disso acontecia
Vincent era só uma criança
Que adorava invetar histórias
somente em sua cabeça

Mas não...
não devermos nos precipitar
pois o corvo estava ali
estava a o fitar
querendo o tirar dali

Vincent, louco Vincent
não sabe se é Malloy ou mesmo Price

Vincent, louco Vincent
prefere assim viver
um pesadelo que cabe a ele escolher.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

A volta de Abercrombie

Lá estava Vincent outra vez,
Não sabia ao certo o que ele mesmo fez.
Mas sabia que não podia mais...
Rodar o relógio para trás.

Abercrombie, podre cãozinho.
Estava ao chão
e seus pedaços caindo,
quando seu coração...
parou...
Apenas parou.
Como apenas um conto de Poe.

Mas não era isso
Vincent podia reverter a situação
Então caminhou ao encontro de Abercrombie
e arrancou seu coração.

Podre coração frágil,
Vincent levou-o ao lixo,
Enquanto pegava uma pá,
Indo ao 'simitério de bichos'.

Mas resolveu não faze-lo,
pois sabia que entraria em desespero
quando visse Abercrombie andando ao acaso
caindo sobre seus próprios passos.

Pensou em devolver seu coração,
Vincent escutava-o batendo como lágrimas de um vulcão
Queria acabar com tudo isso, e acabar com o desespero
mas não sabia onde esconde-lo.

Então com a pá que iria o enterrar
Abriu o chão de madeira.
Colocou o cão ali, com os olhos a lacrimejar.
Apenas pensava que não era brincadeira.

Quando chegou ao término do serviço,
sua mãe entrou em sua masmorra,
Perguntando sobre Bolinha,
o cão de sua tia Moura.

Ele não podia disfarçar,
pois em baixo de seus pés
ouvia o coração batendo,
Óh que grande azar,
Posso escutar o cão a chorar.

Então com o coração delator
Ouviu-se a gritar
Estava ali Bolinha,
Que não parava de chorar.

Então como em mais um conto de Poe
Seu horror virou realidade.

Mas espere,
Abercrombie não estava morto.
Sua mãe perguntou: ''O que queres?''
''Colocando Bolinha em seu quarto''.

E lá estava o cão zombie
Renascendo das cinzas
Abercrombie
o Bolinha de suas tias.

Ele não havia morrido
Apenas estava em baixo de suas cobertas
Dai ouvia o gemido
de sua grande descoberta.