quarta-feira, 7 de setembro de 2011

A volta de Abercrombie

Lá estava Vincent outra vez,
Não sabia ao certo o que ele mesmo fez.
Mas sabia que não podia mais...
Rodar o relógio para trás.

Abercrombie, podre cãozinho.
Estava ao chão
e seus pedaços caindo,
quando seu coração...
parou...
Apenas parou.
Como apenas um conto de Poe.

Mas não era isso
Vincent podia reverter a situação
Então caminhou ao encontro de Abercrombie
e arrancou seu coração.

Podre coração frágil,
Vincent levou-o ao lixo,
Enquanto pegava uma pá,
Indo ao 'simitério de bichos'.

Mas resolveu não faze-lo,
pois sabia que entraria em desespero
quando visse Abercrombie andando ao acaso
caindo sobre seus próprios passos.

Pensou em devolver seu coração,
Vincent escutava-o batendo como lágrimas de um vulcão
Queria acabar com tudo isso, e acabar com o desespero
mas não sabia onde esconde-lo.

Então com a pá que iria o enterrar
Abriu o chão de madeira.
Colocou o cão ali, com os olhos a lacrimejar.
Apenas pensava que não era brincadeira.

Quando chegou ao término do serviço,
sua mãe entrou em sua masmorra,
Perguntando sobre Bolinha,
o cão de sua tia Moura.

Ele não podia disfarçar,
pois em baixo de seus pés
ouvia o coração batendo,
Óh que grande azar,
Posso escutar o cão a chorar.

Então com o coração delator
Ouviu-se a gritar
Estava ali Bolinha,
Que não parava de chorar.

Então como em mais um conto de Poe
Seu horror virou realidade.

Mas espere,
Abercrombie não estava morto.
Sua mãe perguntou: ''O que queres?''
''Colocando Bolinha em seu quarto''.

E lá estava o cão zombie
Renascendo das cinzas
Abercrombie
o Bolinha de suas tias.

Ele não havia morrido
Apenas estava em baixo de suas cobertas
Dai ouvia o gemido
de sua grande descoberta.

3 comentários:

  1. Muito louco confuso espirituoso reflexivo e otimo parabens bem dark esse blog

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  2. Nunca li nada parecio antes, porque não tenho muita esperiência mas....

    realmente achei incível prende o leitor e principalmente aqueles que se identificam com o Vincent....
    Parabéns por esse e pelos outros textos. Irado

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