segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Vincent e a Morta do Jardim
Mas que coisa de louco,
como posso pensar assim?
Minha noiva a qual enterrei,
em um buraco no jardim?
Me lembro daquela dia,
pois gostei de faze-lo
Olhar seu olhos esbugalhados
Me pedindo um conselho.
Como posso ser tão superior?
Saber que sou o escolhido
para acabar com o interior
Daqueles que não são meus amigos.
Mas então senti uma dor,
algo esbarrou em mim
pude ver com louvor
que ela levantou do jardim.
Estava suja de terra,
Vermes já cobriam seu olhar,
Ela ficou imóvel,
esperando eu me desculpar.
Mas não. Nunca,
Oh como pode?
Esperar feito maluca,
algo de alguém tão podre.
Pobre de espirito,
pobre de gratidão.
Pobre, apenas pobre.
Eu não tenho um coração.
Sua voz era longínqua
Não? Ela perguntou.
Eu não falei nada,
e isso a perturbou.
Que falta de consideração
Como pode fazer aquilo?
Você não tem coração,
Em minha barriga estava seu filho.
Oh não.
Então o mundo oscilou
Os objetos, as cores foram perdendo
Não ouvi o que ela falou,
pois o sol estava nascendo.
O romper da aurora
A aurora de novos tempos
Vinha naquela hora,
Junto com o sol nascendo.
Então um raio de luz
Acerto o peito dela
De seu rosto saiu pus
E o sol bateu na janela.
Tudo havia acabado,
Meus olhos já distinguiram a cor.
Ela não havia me perdoado,
E voltaria ao sol se pôr.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário